22/08/17
A Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) definiu no mês de junho e atualizou em agosto, o valor médio dos lotes do condomínio Ville de Montagne, no Lago Sul, para a venda direta: entre R$ 195 mil e R$ 199 mil, dependendo da localização no condomínio. Para determinar este valor o governo utilizou parâmetros de mercado e oferece 25% para quem quitar o pagamento à vista e os parcelamentos poderão ser feitos em até 240 meses.
No valor dos lotes apresentado foi deduzido os investimentos brutos em infraestrutura custeados pelos moradores e também o valor agregado das benfeitorias. A Terracap ainda vai negociar com a comunidade e haverá uma nova avaliação da infraestrutura do parcelamento. Mas o preço final não terá variações expressivas, segundo a agência.
Com essa ação a Terracap demonstra a preocupação da agência em tirar da irregularidade cerca de 30% da população do Distrito Federal. O condomínio Ville de Montagne foi o primeiro, mas a expectativa da agência é que os terrenos da Etapa 2 do Jardim Botânico e do Trecho 3 de Vicente Pires também tenham seus valores divulgados e passem pelo processo de venda direta em três meses. Ao todo, serão regularizados 1.042 lotes, na primeira região e 4.1 mil, na segunda.
Os moradores dos parcelamentos existentes na área da antiga Fazenda Paranoazinho, condomínios do Grande Colorado, Boa Vista e Contagem, já estão passando pelo processo de regularização. A Urbanizadora Paranoazinho, proprietária dos lotes da região, oferece diversos descontos e subsidia o preço, cobrando até 30% do valor. O objetivo da UPSA é recuperar a plena legalidade no uso do solo, de forma a valorizar toda a região. Essa estratégia permite à UPSA praticar os valores mais baratos de todo o Distrito Federal no processo. “Em nenhuma outra área é possível receber a escritura pelos valores praticados por nós”, afirma o diretor-presidente da Urbanizadora Paranoazinho, Ricardo Birmann.
A regularização pode trazer diversos benefícios para os moradores. O imóvel que avança na regularização fundiária a partir da escritura pública tem, de acordo com avaliações, um acréscimo de 30% no valor de venda. Além disso cabe ressaltar que os imóveis irregulares, apenas com a posse da terra, tem a venda proibida via corretores, segundo o CRECI. “O imóvel que sai da situação irregular passa por uma transformação muito grande, com bom diferencial. Não só em termos de documentação, porque adquire credibilidade, com o registro no cartório e a escritura. Isso tudo influencia na negociação final, feita somente em imóveis desembaraçados e livres de qualquer problema”, ressalta Hermes Rodrigues de Alcântara, presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da 8ª Região (CRECI-DF).
Com a UPSA ninguém fica de fora da negociação – O contrato da Urbanizadora Paranoazinho não exclui pessoas que possuem outros imóveis residenciais no Distrito Federal, além disso a empresa trabalha com regime de excepcionalidade para casos como dificuldade financeiras, doenças graves na família, etc. “Pessoas em situação de vulnerabilidade são as que mais precisam de legalização e a UPSA quer garantir que elas não sejam excluídas do processo”, comenta Birmann.
Nenhum valor é devido à UPSA enquanto o lote não possuir matrícula regularizada e individualizada e o morador não assinar a respectiva escritura pública de aquisição na propriedade. “Esse procedimento visa dar tranquilidade e segurança jurídica”, diz o direitor-presidente. Os moradores podem ainda financiar o pagamento em até dez anos a partir da escritura diretamente com a UPSA. “Mas as famílias estão livres para buscar outras fontes de crédito no mercado.” Se o financiamento for a opção, a garantia da transição é o próprio lote, que fica alienado à Urbanizadora. Moradores interessados podem assinar um pré-acordo, em que a UPSA se compromete a manter o valor negociado até a data da escritura.
Fonte: Jornal de Sobradinho